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Alckmin e Haddad lideram negociações e preparam medidas internas para amenizar impacto do tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros. (Foto: Reuters/Adriano Machado)
A tentativa do governo brasileiro de convencer Washington a recuar do tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump não está andando como o esperado. Segundo apuração exclusiva da NBC News, a ligação entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, “não correu bem”, de acordo com duas autoridades brasileiras ouvidas pelo canal.
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Alckmin, que também chefia o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, lidera as negociações com os norte-americanos e fez contato com Lutnick dias antes de Trump assinar a ordem executiva que estabeleceu a sobretaxa. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o telefonema fez parte dos esforços para tentar reverter a decisão.
A ofensiva diplomática incluiu ainda uma comitiva de senadores brasileiros em Washington, que se reuniu com democratas e com o republicano Thom Tillis, além da viagem do chanceler Mauro Vieira para encontrar o secretário de Estado, Marco Rubio.
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Novas conversas
Haddad terá uma reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent ainda nesta semana, visando abrir espaço para um possível diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Trump.
Segundo Haddad, o objetivo é “pavimentar o caminho para uma conversa entre os dois presidentes”, reforçando que relações comerciais não devem ser afetadas por divergências políticas.
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Paralelamente à frente diplomática, o governo brasileiro também organiza uma reação doméstica. Alckmin coordena, nesta segunda-feira (4), uma reunião com integrantes da equipe econômica e comercial para finalizar o plano de contingência contra o impacto das tarifas.
O pacote de medidas deve ser divulgado nos próximos dias e incluirá ações para proteger a indústria nacional, o agronegócio e os empregos afetados pelo tarifaço.
Tarifa de 50% contra o Brasil
O Brasil exporta para os EUA produtos como café, carne bovina, laranja, aeronaves, petróleo, ferro e aço. O decreto de Trump manteve alguns itens livres de sobretaxa, mas não poupou café nem carne bovina — e o café brasileiro responde por quase um terço do consumo diário dos americanos.
Cerca de 44,6% das exportações brasileiras foram poupadas, incluindo aviões, celulose, petróleo, minério de ferro e suco de laranja, que seguem com a alíquota de 10% anunciada em abril.
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Trump justificou a medida com o suposto déficit comercial dos EUA, argumento contestado por economistas. No caso brasileiro, os dados mostram o contrário: os EUA têm superávit de centenas de bilhões de dólares na relação bilateral.
Trump também vinculou as tarifas à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de ações do STF no caso do 8 de janeiro de 2023. No mês passado, Trump publicou em suas redes sociais uma carta chamando o julgamento de Bolsonaro de “caça às bruxas” e pedindo seu fim imediato.
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