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Colecionar vinhos não é um hobby exatamente barato. Na verdade, o céu é o limite para quem quer encher a adega com rótulos exclusivos e raros. Garrafas que custam seis ou até sete dígitos não assustam os colecionadores mais abastados, que sabem que o bom vinho cobra o seu preço, sem dó.
Este é o caso do bilionário William I. Koch, um dos mais renomados e respeitados colecionadores de vinho dos Estados Unidos.
Nesta semana, o empresário vai fazer um leilão histórico na Christie’s, em Nova York, vendendo quase 8 mil garrafas de alguns dos vinhos mais finos e excepcionais do mundo. O evento marca o retorno dos leilões presenciais na unidade nova iorquina da casa.
A expectativa é que a venda, que acontece entre os dias 12 e 14 de junho, arrecade no mínimo US$ 15 milhões (R$ 83 milhões).
Realisticamente, esta é uma projeção até pessimista. Em 2016, Koch bateu recordes na Sotheby’s com rótulos de sua adega. Na ocasião, os US$ 22 milhões arrecadados a tornaram a coleção de vinhos mais cara já leiloada.
“Esta quantidade de vinhos raros é simplesmente incomparável [no mundo]”, declarou o diretor da divisão de vinhos e bebidas da Christie’s, Adam Bilbey, em comunicado à imprensa.
Com mais de 18 mil garrafas em suas diversas adegas — a mais proeminente é a de Palm Beach, na Flórida —, Koch declarou que é hora de novas gerações aproveitarem o acervo.
“Construir — e beber — essa coleção tem sido um dos maiores prazeres da minha vida. Mas não é preciso ser um cientista para saber que existe mais aqui na adega do que eu jamais poderia beber, mesmo se eu desse uma festa toda noite”, disse.
| Koch, que fez fortuna no ramo industrial, tem 85 anos e uma fortuna estimada em US$ 2 bilhões, segundo a Forbes. |
Veja os vinhos de destaque do leilão
Na página oficial do leilão, a Christie’s elencou quais são os rótulos de destaque que serão vendidos nos próximos dias.
- 12 garrafas de Château Haut-Brion 1989, Pessac-Leognan, 1er Cru Classé — estimadas entre US$ 17 mil e US$ 26 mil
- 12 garrafas de Château Lafleur 1982, Pomerol — estimadas entre US$ 26 mil e US$ 38 mil
- 1 garrafa Magnum (1,5 litros) de Domaine Georges Roumier, Bonnes Mares, Vieilles Vignes 1988, Côte de Nuits, Grand Cru — estimada entre US$ 9 mil e US$ 14 mil
- 1 garrafa Magnum de Henri Jayer, Vosne-Romanée, Cros Parantoux 1990, Côte de Nuits, Premier Cru — estimada entre US$ 24 mil e US$ 38 mil
- 1 garrafa de Château Lafite Rothschild 1900, Pauillac, 1er Cru Classé — estimada entre US$ 4 mil e US$ 5 mil
- 4 garrafas de Château Mouton Rothschild 1945, Pauillac, 1er Cru Classé — estimadas entre US$ 38 mil e US$ 50 mil
- 6 garrafas Magnum de Petrus 1990, Pomerol — estimadas entre US$ 38 mil e US$ 50 mil
- 1 garrafa de Domaine de la Romanée-Conti, Vosne-Romanée, Les Gaudichots 1929, Côte de Nuits, Grand Premier Cru — estimada entre US$ 8 mil e US$ 12 mil
- 1 garrafa Jeroboão (3 litros) de Domaine de la Romanée-Conti, Montrachet 1986, Côte de Beaune, Grand Cru — estimada entre US$ 20 mil e US$ 30 mil
- 6 garrafas de Penfolds, Grange 1971, South Australia — estimadas entre US$ 4,8 mil e US$ 7 mil
Todos os lotes, com os respectivos preços, podem ser vistos nesta página.

A luta anti-falsificação
Além da coleção notável, William I. Koch ficou conhecido no mundo dos vinhos por ter desmarcado os fraudadores Rudy Kurniawan e Hardy Rodenstock.
A desconfiança surgiu a partir de quatro garrafas que ele comprou nos anos 1980 por US$ 400 mil, que, supostamente, tinham as iniciais de Thomas Jefferson gravadas.
A partir do investimento em uma investigação milionária que envolveu o FBI, a CIA, o MI6 e o Scotland Yard, além de uma série de especialistas e cientistas, Koch descobriu que os rótulos eram falsificados.
Desde este processo, que aconteceu em 2006, o mercado de vinhos teve seus padrões elevados para assegurar a autenticidade para os colecionadores. A própria coleção de Koch passou por um processo de inspeção rigoroso da Christie’s para poder ser leiloada.
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