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O Governo Federal anunciou nesta semana o Plano Safra 2025/2026 com um volume recorde de recursos: R$ 605,2 bilhões destinados ao setor agropecuário, sendo R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 89 bilhões para a agricultura familiar.
O plano amplia o crédito rural, aposta em juros reduzidos para alimentos essenciais e prioriza práticas sustentáveis e inovação no campo.
No entanto, apesar da manutenção dos juros mais baixos para a produção de alimentos e linhas sustentáveis, houve um aumento no teto das taxas de juros para outras modalidades de crédito da agricultura familiar.
As taxas, que na safra anterior iam de 0,5% a 6% ao ano, passaram a variar entre 0,5% e 8% ao ano nesta edição. O governo justificou a mudança como necessária para acompanhar o cenário econômico, preservando, porém, as taxas acessíveis para custeio de alimentos básicos.
“O plano é mais do que um conjunto de medidas financeiras. É uma ferramenta de transformação social. O Brasil que alimenta o mundo começa aqui, nas mãos dos pequenos agricultores”, destacou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, ao defender o papel estratégico da agricultura familiar.
Agricultura familiar: apoio histórico e novas linhas
O Plano Safra da Agricultura Familiar destina R$ 78,2 bilhões ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) — maior valor da história.
Os pequenos produtores contarão ainda com recursos para compras públicas, seguro agrícola, assistência técnica e garantia de preços mínimos, somando R$ 89 bilhões.
Entre os destaques:
- Taxa de juros de 3% ao ano para produção de alimentos da cesta básica;
- Juros ainda menores, de 2%, para produção orgânica, agroecológica e da sociobiodiversidade;
- Microcrédito com juros de 0,5% ao ano e bônus de adimplência de até 40%;
- Linhas especiais para irrigação com energia solar, conectividade rural, acessibilidade e quintais produtivos para mulheres rurais;
- Financiamento de máquinas de até R$ 250 mil, com juros de 2,5% a 5%.
Agricultura empresarial: crédito ampliado e mais sustentabilidade
Para médios e grandes produtores, o Plano Safra disponibiliza R$ 516,2 bilhões. Os recursos, coordenados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), vão financiar custeio, comercialização e investimentos, com prioridade para práticas sustentáveis.
Entre as novidades:
- Obrigatoriedade de seguir o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) nas operações de custeio;
- Financiamento de insumos e tratos para plantas de cobertura do solo e sementes florestais;
- Ampliação do acesso ao Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), fundo federal que financia a cadeia produtiva do café no Brasil;
- Unificação de programas de modernização tecnológica, como Moderagro e Inovagro;
- Expansão do programa de armazenagem, com aumento do limite de capacidade de 6 mil para 12 mil toneladas;
- Renovação do desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros para quem investir em práticas sustentáveis, válido até junho de 2026.
Sustentabilidade e agroecologia no centro da estratégia
O Plano Safra 2025/2026 também trouxe o lançamento de programas inéditos, como o Pronara (Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos), que visa reduzir o uso de defensivos químicos e ampliar a produção agroecológica e orgânica.
“Ao investir na agricultura familiar, estamos fortalecendo a economia local, garantindo comida de qualidade e a preços acessíveis para a população e ganho justo para o produtor”, afirmou o ministro Paulo Teixeira.
A secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli, destacou: “Realizamos um esforço histórico para garantir juros reais negativos a quem coloca comida de verdade na mesa do povo brasileiro”.
Com a safra passada registrando mais de 1,7 milhão de contratos e aumento de 20% no crédito rural acessado, a expectativa é que o novo Plano Safra reforce a segurança alimentar, a produção sustentável e o papel do Brasil como potência agroalimentar.
*Com informações da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo
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