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Banco do Brasil (BBAS3): enquanto apostas contra as ações crescem no mercado, agência de risco dá novo voto de confiança para o banco

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Enquanto cresce no mercado o número de apostas contra o Banco do Brasil (BBAS3), uma agência de classificação de risco decidiu renovar sua confiança no banco estatal.

Apesar das preocupações com a qualidade de crédito da instituição, a S&P Global Ratings acredita que o BB tem capacidade de manter a lucratividade e a estabilidade do seu balanço patrimonial, devido à sua diversificação de atividades.

Embora o índice de ativos problemáticos (NPLs) e as provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) tenham aumentado nos últimos trimestres, em grande parte devido ao crescimento nos pedidos de recuperação judicial no agronegócio, a S&P acredita que o portfólio do Banco do Brasil está bem protegido por garantias. 

A agência também destacou que a flexibilidade do banco em prorrogar empréstimos ajuda a mitigar perdas e sustenta suas métricas de qualidade de ativos.

Para a S&P, esse conjunto de características permite que o Banco do Brasil continue se diferenciando de outros bancos com ratings similares. Atualmente, o rating de crédito de emissor do banco é BB, com perspectiva estável para os próximos 12 meses.

Segundo relatório, a perspectiva estável do rating reflete a nota de crédito do Brasil na escala global, que atualmente limita os ratings do banco devido à sua exposição ao mercado doméstico. 

“Esperamos que a entidade mantenha o sólido desempenho nos próximos 12 meses, dadas as suas fortes margens e diversificação de negócios. Também projetamos NPLs gerenciáveis, ligeiramente mais baixos do que a média da indústria”, disse a S&P.

A agência também prevê que o balanço patrimonial do Banco do Brasil (BBAS3) permanecerá resiliente, com indicadores de inadimplência ficando abaixo de 5,0% nos próximos 12 meses. 

As apostas contra o Banco Central (BBAS3)

Entretanto, poucos compartilham do otimismo da S&P. Uma das gestoras que mantém aposta contra o Banco do Brasil é a Legacy Capital. 

Em carta a investidores, a gestora, que administra cerca de R$ 15 bilhões em ativos, revelou que continua com posição vendida (short) nas ações BBAS3.

Na leitura da gestora, o aumento das provisões deve pressionar os lucros e comprometer a distribuição de dividendos, o que enfraquece a tese de investimento baseada em proventos elevados, crescimento e reprecificação das ações.

Com base nesse cenário, a Legacy projeta uma forte redução no pagamento de dividendos, com uma possível queda de 50% ou mais. 

A avaliação da gestora se baseia nos riscos crescentes da carteira de crédito agrícola do Banco do Brasil, que, segundo ela, ainda são subestimados pelo mercado.

A Legacy também apontou que a principal garantia utilizada pelo banco – o penhor de safra – é considerada menos eficaz do que a alienação fiduciária da terra, o que coloca o Banco do Brasil em desvantagem frente aos concorrentes privados. 

A gestora afirma que os vencimentos concentrados da safra de soja entre abril e maio já indicam um aumento na inadimplência, que se refletirá nos balanços de junho e julho, com migração de créditos para os estágios 2 e 3 de provisão.

A Legacy também citou que a carteira agro prorrogada do Banco do Brasil aumentou de 4% para 14% do total, representando cerca de R$ 50 bilhões — o equivalente a 25% do patrimônio líquido do banco. 

Embora esses créditos ainda estejam classificados no estágio 1, a gestora considera que eles estão vulneráveis a uma reclassificação, o que pode pressionar as provisões daqui para frente.

Além disso, a Legacy criticou a retirada do guidance de lucro para 2025, que foi feito poucos meses após sua divulgação, e destacou preocupação com a manutenção da projeção de crescimento da carteira agro, mesmo diante de um cenário mais incerto para o setor.

*Com informações do Money Times.

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