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Trump dispara, mercados balançam: presidente anuncia tarifas de 25% ao Japão e à Coreia do Sul

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Está chegando a hora — e não é de entregar um relatório qualquer, mas de selar o rumo da economia global. O prazo final para os acordos comerciais propostos pelos Estados Unidos se encerra nesta quarta-feira (9), quando entram novamente em vigor as tarifas de exportação anunciadas pelo governo Trump.

Nesta segunda-feira (7), o presidente norte-americano, Donald Trump, deu o pontapé inicial e anunciou que o país aplicará tarifas gerais de 25% sobre importações do Japão e da Coreia do Sul a partir de 1º de agosto.

O anúncio foi feito à maneira típica de Trump, pelas redes sociais. Em duas postagens no Truth Social, ele compartilhou capturas de tela de cartas supostamente enviadas ao primeiro-ministro japonês, Ishiba Shigeru, e ao presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, formalizando as novas alíquotas tarifárias.

Essas cartas padronizadas seriam apenas as primeiras de um pacote de até 15 comunicados que, segundo o próprio Trump, seriam despachados entre segunda e quarta-feira. O objetivo: restabelecer as tarifas “recíprocas” que o republicano defende desde abril, com níveis mais elevados para dezenas de países.

Em Wall Street a reação dos mercados foi imediata. As bolsas americanas escorregaram para as mínimas do dia após a publicação das cartas. Por volta das 14h40 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 1,17%. O S&P 500 recuava 0,94%, e o Nasdaq perdia 1%.

Pouca calma nessa hora

Fiel ao seu estilo imprevisível, Trump resolveu começar a semana com barulho. Durante o fim de semana, a bordo do Air Force One, ele já havia avisado a repórteres que 12 países receberiam propostas comerciais do tipo “pegar ou largar” a partir desta segunda-feira.

POLÍTICAS ‘ANTIAMERICANAS’

Nas cartas publicadas, Trump esclarece que as tarifas de 25% são diferentes de outras medidas específicas aplicadas a determinados setores ou produtos. 

E inclui um aviso: “Bens transbordados com o objetivo de evitar uma tarifa mais alta estarão sujeitos a essa tarifa mais alta.” Na prática, ele se refere à prática de transbordo, quando mercadorias são desviadas para um país intermediário antes de seguir para os EUA, com o intuito de escapar da tarifa final.

Segundo o texto, as novas alíquotas se justificam por causa dos déficits comerciais persistentes dos EUA com os dois países asiáticos. Trump, defensor ferrenho de medidas protecionistas e cético quanto aos acordos multilaterais, voltou a dizer que os déficits bilionários são sinal de que os EUA “vêm sendo explorados”.

De acordo com dados do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), o déficit comercial de bens dos EUA com o Japão alcançou US$ 68,5 bilhões em 2024. Com a Coreia do Sul, o saldo negativo foi de US$ 66 bilhões.

Também nesta segunda-feira, Brasil, China, Rússia e África do Sul reagiram à nova ofensiva comercial dos Estados Unidos. Os quatro membros do Brics criticaram publicamente a ameaça de uma tarifa adicional de 10% sobre países que se alinharem ao bloco, após o grupo condenar a imposição unilateral de medidas de restrição comercial por parte do governo norte-americano.

Outros dois acordos foram firmados até o momento. O primeiro foi com o Reino Unido, que vai manter uma taxa de 10% e obteve tratamento preferencial para alguns setores, incluindo automóveis e motores de aeronaves.

Já o segundo foi com o Vietnã, reduzindo as tarifas sobre muitos produtos vietnamitas para 20%, em vez dos 46% ameaçados anteriormente. Muitos produtos norte-americanos poderiam entrar no Vietnã sem impostos.

*Com informações da CNBC

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