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Tarifa de Trump contra o Brasil vem aí, derruba a bolsa, faz juros dispararem e provoca reação do governo Lula

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Se existia alguma dúvida de que o Brasil estaria na mira de Donald Trump, não há mais. Na tarde desta quarta-feira (9), o presidente norte-americano confirmou que anunciará tarifas a produtos brasileiros nas próximas 24 horas. 

“O Brasil não tem sido bom para nós”, disse Trump em coletiva na Casa Branca.

A declaração derrubou a bolsa brasileira e fez os juros dispararem por aqui. O Ibovespa, que já vinha operando em queda por sinalizações de que a Selic deve permanecer em 15% por mais tempo do que o esperado, mergulhou no vermelho de vez e terminou o dia em queda de 1,31%, aos 137.480,79 pontos. 

No mercado de câmbio, o dólar à vista, que andou um pouco de lado durante a sessão, se consolidou em alta, fechando a R$ 5,5024 (+1,04%).

Os juros futuros, por sua vez, voltaram a tocar máximas intradia nos vértices mais longos por volta das 16h30. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2033 subiu a 13,540%, enquanto a do DI de janeiro de 2035 subiu a 13,530% e a do DI de janeiro de 2031 saía de 13,423% para 13,470%.

A reação se justifica: a tarifa de Trump sobre o Brasil representa um potencial enorme de aceleração da inflação, um caminho para que os juros sigam elevados por aqui. 

FÁCIL FALAR, DIFÍCIL CONTROLAR A INFLAÇÃO

Até o momento, os produtos brasileiros estão sujeitos apenas à tarifa geral de 10%, sem sobretaxas adicionais.

Os sinais de Trump ao Brasil

A notícia de que Trump prepara uma tarifa ao Brasil não é exatamente uma surpresa — os sinais já vinham sendo emitidos pelos presidente norte-americano há dias. 

No final de semana, o republicano disse que taxaria o Brics (grupo de países em desenvolvimento liderado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). 

O Brasil respondeu à ameaça. Na segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que somos um “país soberano” que não aceitaria “interferência ou tutela de quem quer que seja”.

Na noite de terça-feira (8), Trump tocou em um assunto caro a ele mesmo, voltando a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Em publicação na Truth Social, o presidente norte-americano voltou a classificar as investigações contra Bolsonaro como “caça às bruxas” e pediu que ele seja deixado em paz. Essa havia sido a segunda vez em dois dias que Trump saiu em defesa do brasileiro.

No mesmo dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, maneirou o tom ao afirmar que existia um “grau de incerteza” nas declarações de Trump sobre elevação de tarifas. 

Na ocasião, Haddad reforçou que o Brasil está focado em promover um trabalho técnico junto ao governo norte-americano.

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A resposta do Brasil a Trump

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, foi o encarregado de dar as primeiras respostas a Trump após a declaração a tarifa sobre produtos brasileiros. 

Ele disse que não vê “nenhuma razão” para aumento da tarifa em relação ao Brasil.

“O Brasil não é problema para os EUA, é importante sempre reiterar isso”, afirmou Alckmin após participar de evento na sede do MDIC, em Brasília. “Os EUA têm, realmente, um déficit de balança comercial, mas com o Brasil têm superávit”, acrescentou. 

Alckmin frisou ainda que, dos dez  produtos que os EUA mais exportam para o Brasil, oito têm alíquota zero. 

“É uma medida injusta e prejudica a própria economia norte-americana, porque você tem uma integração na área comercial.”

Ele exemplificou com o caso do aço, já que o Brasil é o terceiro comprador do carvão siderúrgico norte-americano, fabrica o semielaborado e vende para os EUA, que faz o equipamento elaborado.

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