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Em semana de noticiário cheio, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, interrompeu a sequência de ganhos semanais e acumulou queda de 3,59%, encerrando a sessão de sexta-feira (11) aos 136.187 pontos.
Trata-se da maior queda semanal desde dezembro de 2022, e o principal culpado tem nome e sobrenome: Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos.
O grande acontecimento da semana foi o anúncio, na última quarta-feira (9), da imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras para os Estados Unidos, a partir de 1º de agosto.
Além do tamanho da alíquota — a maior entre os países que foram alvo da tarifação de Trump até agora — preocupou o mercado também o cunho político da decisão, associado diretamente ao tratamento recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito do qual é réu no Supremo Tribunal Federal e à conduta do STF em relação a empresas de tecnologia norte-americanas.
Em resposta, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que “vai brigar” em todas as esferas para suspender o tarifaço e que a Lei de Reciprocidade Econômica é uma alternativa à medida de Trump.
Embora a sangria na bolsa em reação à tarifa tenha sido menor que a esperada, a alta nos juros futuros foi considerável e afetou sobretudo aquelas ações mais sensíveis à dinâmica de juros, como as de empresas de educação e as varejistas.
Representantes desses segmentos ficaram entre as maiores baixas do Ibovespa na semana, lideradas pela Yduqs (YDUQ3), com queda de 15%, seguida de Azzas 2154 (AZZA3), com baixa de 13,17% e Magazine Luiza (MGLU3), com perdas de 13,08%.
Em quarto lugar figuraram as ações da Embraer (EMBR3), considerada a companhia aberta brasileira que mais deve sofrer com a tarifa de Trump. Os papéis da fabricante de aeronaves fecharam a semana com uma queda acumulada de 11,01%.
Veja a seguir as maiores quedas do Ibovespa na última semana
Código | Empresa | Variação semanal |
---|---|---|
YDUQ3 | Yduqs | -15,00% |
AZZA3 | Azzas 2154 | -13,17% |
MGLU3 | Magazine Luiza | -13,08% |
EMBR3 | Embraer | -11,01% |
CSAN3 | Cosan | -10,64% |
EGIE3 | Engie | -10,19% |
RADL3 | RD Saúde | -10,00% |
RAIZ4 | Raízen | -9,94% |
HAPV3 | Hapvida | -9,24% |
COGN3 | Cogna | -8,93% |
Já na ponta ganhadora surge a BRF (BRFS3), com alta de 10,83%, maior valorização do Ibovespa na última semana. O frigorífico ainda surfa a boa notícia da fusão com a Marfrig (MRFG3), que, aliás, também aparece no ranking das maiores altas, com ganho de 3,46% na semana.
O desempenho positivo ocorreu mesmo com o novo adiamento da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que vai decidir sobre a fusão, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter solicitado informações adicionais aos comitês independentes das empresas.
A decisão decorreu de questionamento por parte da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e do acionista minoritário Alex Fontana, que questionam a precificação das ações da BRF no âmbito da combinação dos negócios.
Em segundo lugar no ranking das maiores altas da semana, a Braskem (BRKM5) foi favorecida pela aprovação do regime de urgência para a votação no Congresso de um projeto de Lei de estímulo à indústria petroquímica. Os papéis fecharam a semana em alta de 5,17%.
As duas companhias com o maior peso no Ibovespa, Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3), também figuraram no ranking das maiores altas da semana, impulsionadas pela alta do petróleo e do minério de ferro, respectivamente.
Também favoreceu as empresas o entendimento de que elas não devem ser afetadas pelo tarifaço de Trump.
A alta de 2,26% do dólar à vista na semana, para R$ 5,5475, também favoreceu empresas exportadoras.
Veja a seguir as maiores altas do principal índice da B3 na última semana
Código | Empresa | Variação semanal |
---|---|---|
BRFS3 | BRF ON | 10,83% |
BRKM5 | Braskem PN | 5,17% |
BEEF3 | Minerva ON | 4,06% |
MRFG3 | Marfrig ON | 3,46% |
ISAE3 | Isa Energia ON | 2,00% |
PETR4 | Petrobras PN | 1,59% |
VALE3 | Vale ON | 1,45% |
BRAP4 | Bradespar PN | 1,03% |
PETR3 | Petrobras ON | 0,91% |
SLCE3 | SLC Agrícola | 0,55% |
*Com informações do Money Times
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