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A notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto repercutiu na mídia internacional.
Não passou despercebido pelos países estrangeiros o cunho político do tarifaço norte-americano, que destoa de outras imposições recentes a pares internacionais, mais focadas em questões econômicas.
O The Wall Street Journal, por exemplo, evidenciou que a ameaça tarifária é diferente das demais devido ao apoio do republicado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O jornal norte-americano também citou o fato de o governo Trump estar envolvido em uma disputa com o Supremo Tribunal Federal (STF), se posicionando contra as medidas tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes para reprimir discurso de ódio nas redes sociais.
Já o The New York Times diz que Brasil e EUA “parecem ter iniciado uma guerra comercial repentina”, afirmando que a disputa têm potencial para grandes repercussões políticas e econômicas entre os países.
A cobertura é ainda mais dura ao dizer que Trump tenta usar as tarifas para “intervir em um julgamento criminal em país estrangeiro”, mencionando o processo de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
O Washington Post também foca no julgamento do ex-presidente ao dizer que a imposição das tarifas por Trump marca “uma forte escalada em uma disputa diplomática” entre os países.
Trump esqueceu o componente comercial
A revista Times mencionou a estranheza do argumento do governo Trump de buscar tornar a relação comercial entre os EUA e o Brasil mais “recíproca” diante de um superávit comercial do país com o Brasil.
Uma mudança de tom que também foi evidenciada pelo Financial Times, que destaca as cartas quase idênticas que outros países receberam para reforçar o compromisso da relação comercial com os EUA.
O governo norte-americano registrou um superávit comercial de mercadorias de US$ 7,4 bilhões com o Brasil em 2024, ressalta o jornal britânico, exemplificando que a justificativa de déficit de Trump não faz sentido.
E, novamente, o alinhamento político entre o republicano e Bolsonaro é mencionado:
“A intervenção em favor de Bolsonaro animará o movimento de extrema direita do Brasil, que alega que a repressão judicial contra a desinformação digital visa injustamente os conservadores”, adiciona o FT.
Para a britânico BBC, este foi o “ataque mais brutal” de Trump contra um país, e deve prejudicar seus próprios eleitores com a iniciativa, já que produtos importantes, como o café e o suco de laranja, são em grande parte importados do Brasil.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
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