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A Azul (AZUL4) ratificou por unanimidade nesta terça-feira (1) o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, sob o Chapter 11, apresentado em caráter de urgência em maio deste ano.
Na assembleia geral extraordinária (AGE), os acionistas da aérea também concederam ao conselho de administração da companhia a autorização para negociar e implementar as transações necessárias no âmbito do processo.
A Azul também homologou o aumento de capital social da companhia aérea, que passou de R$ 2,31 bilhões para R$ 7,13 bilhões.
Com isso, o número total de ações foi ajustado para 3,025 bilhões, sendo 2,129 bilhões de ordinárias e 896 milhões de preferenciais — movimento que reflete os efeitos do plano de capitalização aprovado no contexto da reestruturação financeira da empresa.
A decisão da Azul de recorrer ao Chapter 11, ao invés da recuperação judicial no Brasil, está relacionada à estrutura internacional de seu endividamento e aos riscos que isso poderia oferecer à continuidade de suas operações.
Apesar da turbulência, a Azul prevê uma travessia mais rápida do que as concorrentes: a expectativa é concluir todas as etapas judiciais do Chapter 11 até o fim de 2025, o que permitiria que a companhia encerrasse o processo de recuperação no início do próximo ano.
Recuperação judicial da Azul causará turbulência para minoritários
A turbulência pela qual a Azul passa deve causar problemas para os acionistas minoritários, após a companhia aérea entrar com pedido de reestruturação nos EUA.
O plano é positivo do ponto de vista de manter o negócio funcionando enquanto executa a reestruturação da aérea, mas os acionistas terão que “apertar os cintos” devido ao risco de diluição acionária significativa.
De forma simples: os acionistas podem ver o poder de suas ações perder força com a emissão de mais ações para levantar capital, diluindo o peso dos seus papéis da aérea.
No caso da Azul, parece haver uma priorização da preservação do modelo de negócio em detrimento de outras questões, como a manutenção das participações acionárias originais dos acionistas.
Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, destaca que, apesar dos avanços no plano de reestruturação, os riscos permanecem elevados, com a diluição acionária significativa à vista, dada a magnitude do perdão e da reestruturação de dívidas.
Casos recentes no setor aéreo reforçam o potencial de diluição dos minoritários. A LATAM e a Gol (GOLL54), por exemplo, passaram por processos semelhantes, resultando em diluições expressivas.
“Ainda que as empresas tenham saído mais saudáveis financeiramente, o custo dessa reestruturação foi também absorvido por esses investidores minoritários”, pontua Arbetman.
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