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Bitcoin (BTC) volta aos US$ 106 mil com dados de emprego nos EUA e ‘TACO Trade’, mas saques em ETFs acendem alerta

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Os ventos raramente sopram de forma constante no mercado de criptomoedas — e em tempos de ‘TACO Trade’ e incerteza sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), a volatilidade segue ditando o ritmo. 

Desta vez, pelo menos, o saldo é positivo. Nesta terça-feira (3), o bitcoin (BTC) voltou ao patamar de US$ 106 mil, com alta de 1,58% nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinMarketCap.

Outras grandes criptomoedas acompanharam o movimento e operam em leve alta.

A tendência positiva, que já estava presente desde o início do dia, ganhou força após a divulgação do relatório JOLTS, que mede as ofertas de emprego nos Estados Unidos.

O indicador superou as expectativas de mercado, que projetava um crescimento mais contido diante das disputas tarifárias que dominam a política econômica nos EUA. A divulgação levou o BTC a saltar mais de 1% em apenas uma hora.

Um mercado de trabalho mais aquecido pode ser interpretado como um sinal de que o Fed terá mais espaço para cortar os juros no futuro, o que tende a beneficiar ativos de risco, como as criptomoedas.

Nesse cenário, por volta das 14h30, solana (SOL) e XRP se destacaram entre as maiores valorizações do mercado, com altas de 506% e 3,84%, respectivamente. 

Outro destaque do dia é a Hyperliquid (HYPE), que, em 24 horas, conquistou uma alta de 11,09% e já acumula uma valorização de 55,91% em 2025. Hoje, a criptomoeda ocupa a 11ª posição em valor de mercado.

Confira o desempenho das dez maiores criptomoedas do mundo hoje:

#Nome (Símbolo)Preço (USD)24h7dYTDMarket Cap (USD)
1Bitcoin (BTC)US$ 106.020,831,58%-3,82%13,52%US$ 2,11 tri
2Ethereum (ETH)US$ 2.617,422,81%-2,56%-21,43%US$ 315,98 bi
3Tether (USDT)US$ 1,000,02%0,01%0,25%US$ 153,39 bi
4XRP (XRP)US$ 2,253,84%-3,93%8,30%US$ 132,37 bi
5BNB (BNB)US$ 665,721,05%-4,08%-5,03%US$ 93,79 bi
6Solana (SOL)US$ 160,815,06%-10,18%-15,02%US$ 84,03 bi
7USDC (USDC)US$ 1,00-0,01%0,00%-0,02%US$ 61,15 bi
8Dogecoin (DOGE)US$ 0,202,20%-14,72%-37,90%US$ 29,31 bi
9TRON (TRX)US$ 0,271,73%-1,70%6,56%US$ 25,70 bi
10Cardano (ADA)US$ 0,692,05%-10,82%-18,49%US$ 24,30 bi
Fonte: CoinMarketCap

ETF de bitcoin mostra sinais de desgaste

Apesar do alívio no curto prazo, o investidor cripto ainda tem motivos para cautela. Na última sexta-feira (30), foram retirados US$ 616,22 milhões dos fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de bitcoin à vista (spot) nos Estados Unidos — os maiores do tipo no mundo. Os dados são do portal SoSoValue.

Embora o levantamento semanal da CoinShares tenha registrado entradas globais de US$ 286 milhões em produtos ligados a criptoativos, o foco recai sobre os ETFs spot dos EUA. São eles que sustentam a chamada “estrutura bullish”, a base da confiança dos investidores no atual ciclo de valorização.

A retirada norte-americana da semana passada não configura ainda um sinal vermelho. As entradas líquidas nos ETFs spot somam US$ 44,37 bilhões desde o lançamento. No entanto, se os saques se mantiverem por mais tempo, essa base de sustentação pode enfraquecer, forçando os analistas a reverem suas projeções.

O rali que levou o bitcoin ao recorde no mês passado passou por uma correção de preços nas últimas semanas. A retomada da guerra comercial entre Estados Unidos e China ampliou a aversão ao risco e contribuiu para o recuo nas cotações.

Tensões comerciais e o fator “TACO”

Neste momento, os olhos do mercado estão voltados para Washington e Pequim. Estão previstas reuniões entre Donald Trump e Xi Jinping para discutir as disputas comerciais em andamento.

Na sexta-feira passada, Trump acusou a China de descumprir um acordo para reduzir tarifas sobre minerais críticos. No mesmo dia, aumentou as tarifas sobre aço e alumínio de 25% para 50%, com vigência prevista para esta quarta-feira.

Para Beto Fernandes, analista da Foxbit, o ambiente ainda é de relativa estabilidade:

“Xi Jinping e Trump devem se reunir esta semana para falar das tarifas, enquanto um representante do Fed se diz animado com os dados inflacionários e aponta um possível corte de juros em breve.”

A próxima reunião do Fed está marcada para o dia 18 deste mês. A expectativa do mercado é de manutenção da taxa de juros no intervalo atual, entre 4,25% e 4,5% ao ano. Segundo o CME Group, o primeiro corte só deve ocorrer em setembro.

Enquanto isso, os investidores começam a se ajustar ao chamado “TACO Trade”, expressão que circula entre analistas como uma referência à tendência de Trump recuar na aplicação de tarifas comerciais (Trump Always Chickens Out, ou “Trump sempre amarela”).

Com as incertezas no radar, sempre é importante lembrar o investidor de manter uma parcela responsável dos seus investimentos em ativos digitais.

* Com informações do Money Times e Coindesk

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