Pular para o conteúdo

Como o recuo do governo em IOF sobre remessas para investimentos no exterior vai impactar o cumprimento do arcabouço, segundo Haddad

haddad acoes varejo CAPA SD

O recuo do governo em relação à cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre remessas para investimentos no exterior terá impacto de menos de R$ 2 bilhões sobre as receitas previstas para 2025.

A afirmação foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista coletiva convocada às pressas na manhã desta sexta-feira (23) em São Paulo.

Na tarde quinta-feira (22), o Ministério da Fazenda anunciou uma série de medidas visando ao cumprimento do arcabouço fiscal.

Ao todo, o decreto da véspera abrange mais de R$ 50 bilhões, envolvendo a contenção de R$ 31 bilhões em despesas e um aumento de arrecadação de R$ 20 bilhões.

Pelo número citado por Haddad, portanto, o impacto do recuo é próximo de 10% das receitas projetadas pelas medidas.

Na visão do ministro, porém, trata-se de um ajuste “pontual” e “necessário”.

Como vai ficar o IOF afinal

No fim da noite de ontem, apenas algumas horas depois do anúncio das medidas, o governo recuou da introdução da cobrança de IOF sobre remessas ao exterior para investimentos em fundos lá fora e do aumento da alíquota sobre remessas ao exterior por parte de pessoas físicas com o objetivo de investimento.

No primeiro caso, as remessas para investir em fundos eram isentas de IOF, mas passariam a ser tributadas em 3,50%. Com o recuo, elas voltarão a ser isentas.

A medida impactaria não só pessoas físicas, mas principalmente fundos de investimento que têm parte ou a totalidade da sua carteira investida em fundos estrangeiros, como os multimercados.

No segundo caso, a alíquota para as pessoas físicas investirem no exterior era de 1,10%, mas também passaria a 3,50%. Agora, ela retorna aos 1,10% anteriores.

No entanto, todas as demais operações de câmbio contempladas pelo decreto permanecem tributadas em 3,50%.

Isso inclui a compra de moeda estrangeira em espécie, as compras em cartão de crédito internacional e cartões pré-pagos, remessas para contas no exterior e empréstimos externos de curto prazo.

Por que o governo recuou, segundo Haddad

A notícia de que as remessas para investimentos no exterior seriam tributadas, no caso dos fundos, e elevadas, no caso das pessoas físicas, derrubou a bolsa e fez o dólar subir na reta final do pregão de ontem.

Na coletiva de hoje, Haddad disse que a equipe econômica do governo decidiu recuar para desfazer um mal-entendido.

Segundo ele, a reação negativa ao que chamou de “equalização” do IOF deveu-se ao fato de a medida ter sido recebida como uma “forma velada de controle de capitais”.

O ministro negou que fosse essa a intenção e que, por isso, sua equipe se apressou em revisar a medida.

Acesso todas as Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *