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Após a oferta de fusão feita pela EMS entrar na mira da xerife dos mercados, agora quem está tentando driblar as propostas da farmacêutica é o fundador da Hypera (HYPE3), João Alves de Queiroz Filho.
Segundo um documento enviado ao mercado na noite de segunda-feira (7), o executivo costurou um acordo com os acionistas Alvaro Stainfeld Link, Maiorem e Votorantim para formar um novo bloco de controle.
Com a decisão, o grupo passará a deter 53,2% do capital da companhia, contra os 42% que possuíam até então, conforme indica o documento.
As participações foram divididas da seguinte forma: João Alves de Queiroz Filho passa a deter 27,3%, Maiorem fica com 14,7% e Votorantim, com 11%.
O acordo também blinda a empresa de novas tentativas de aquisição pela EMS, que continuou demonstrando interesse pela fabricante brasileira mesmo após a negativa da Hypera.
Após o anúncio, as ações da companhia abriram em leve queda. Por volta das 10h40, HYPE3 caía 0,54%, negociada a R$ 27,65.
PRÁTICAS SOB ESCRUTÍNIO
EMS e Hypera: uma história antiga
Os atritos entre as duas companhias não são de hoje. Em outubro de 2024, a EMS fez uma proposta de fusão com a Hypera, que criaria a maior companhia farmacêutica do Brasil, com R$ 16 bilhões de receita e 17% do mercado brasileiro. No entanto, a oferta não brilhou aos olhos da fabricante.
Após a oferta, a Hypera lançou um balde de água fria sobre as ambições da EMS ao decidir não aceitar os termos propostos. Segundo a empresa, na época, os motivos que levaram à rejeição da proposta foram:
- A Hypera considerou que o portfólio de produtos da EMS, focado principalmente em medicamentos genéricos, não está alinhado com os segmentos que a empresa avalia como estratégicos. Vale dizer que a farmacêutica é dona de marcas como Engov, Merthiolate e Benegrip;
- A companhia e a EMS têm uma cultura organizacional e práticas de governança corporativa bastante distintas, sendo a Hypera uma companhia aberta desde 2008, com substancial dispersão acionária, e a EMS uma empresa familiar de capital fechado;
- A EMS fez uma avaliação que “subestima significativamente” o valor da Hypera, que considerou a oferta como hostil.
Nos termos do acordo de fusão, os investidores de HYPE3 teriam a opção de vender até 20% das ações a R$ 30 por papel, o que representava um prêmio de 17% em relação à cotação da Hypera na época.
O problema é que o valor está bem abaixo do que HYPE3 chegou a negociar no ano passado. A oferta não agradou os conselheiros e principais acionistas da companhia, que rejeitaram a proposta.
Além disso, o acordo previa que a família Sanchez — que detém 100% do capital social da EMS — se tornaria a nova controladora da Hypera.
*Com informações do Money Times.
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