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Isenção de IR até R$ 5 mil: pesquisa mostra que 88% dos deputados apoiam, mas aumento do imposto para ricos fica em cima do muro

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Mesmo com as relações estremecidas entre o governo Lula e o Congresso, a pauta mais importante para o presidente deve ser aprovada pelos parlamentares quando entrar em votação. Pelo menos é isso que indica a nova pesquisa da Genial/Quest com os deputados federais. 

O levantamento de julho mostra que 88% dos deputados são favoráveis ao aumento da faixa de isenção de IR (imposto de renda) para quem ganha até R$ 5 mil no mês. Apenas 5% são contrários e 7% são neutros. 

A pauta é a principal bandeira do governo Lula e foi uma das promessas de campanha do petista. 

O imbróglio recente envolvendo o decreto que aumenta as alíquotas do imposto sobre operações financeiras (IOF) levantou dúvidas sobre o capital político do governo para aprovar o aumento da isenção de IR, ou mesmo para conseguir pautar o projeto de lei no Congresso. 

Na última quarta-feira (25), deputados e senadores votaram pela revogação do decreto presidencial que instituiu o aumento das alíquotas de IOF para operações financeiras com moedas estrangeiras, pedido de crédito para empresas, entre outras medidas. 

A votação foi considerada uma derrota para o governo, que decidiu judicializar o caso e acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para avaliar a constitucionalidade da ação do Congresso. 

A pesquisa da Quest foi realizada enquanto toda a disputa e negociação entre governo e Congresso aconteceu: entre 7 de maio e 30 de junho. O levantamento considerou as respostas de 203 deputados federais, equivalente a 40% do total da Câmara. 

A amostra contempla a divisão proporcional dos partidos e regiões brasileiras, com margem de erro de 4,5 pontos percentuais. 

Isenção de IR sem contrapartida? 

Embora a maioria dos parlamentares se diga à favor do aumento da faixa de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, a contrapartida oferecida pelo governo para equilibrar as contas não tem a mesma adesão. 

O governo propõe que a compensação se dê por meio da elevação do IR para os “super-ricos”, implementando uma alíquota única efetiva de 10% para quem ganha mais de R$ 1,2 milhão por ano. 

A proposta tem um posicionamento dividido entre os deputados: 

  • 44% dizem ser favoráveis; 
  • 46% afirmam ser contrários; e 
  • 10% se abstiveram de responder. 

Quando se avalia as respostas dentro das divisões parlamentares entre deputados governistas, independentes e de posição, as posições contrárias são majoritárias entre independentes (50%) e de oposição (76%). 

Deputados se sentem ignorados 

Outro aspecto do levantamento da Genial/Quest indica que o governo terá trabalho para conseguir articular as contrapartidas. 

Isso porque, a maioria dos deputados (45%) avalia que as votações importantes estão empacadas por “desarticulação política”. 

E não só: deputados independentes e de oposição afirmam que o governo não atende seus pedidos — 44% e 40%, respectivamente —-, e dá menos atenção às suas demandas. 

Diante deste cenário, o governo terá que priorizar a votação da pauta de isenção de IR neste segundo semestre para implementar a medida em 2026, ano de eleições presidenciais. 

Segundo os cálculos do Ministério da Fazenda, a renúncia fiscal decorrente da medida será de R$ 5,34 bilhões em 2026 e R$ 5,37 bilhões em 2027 — o que pesará sobre as contas públicas se a contrapartida não for aprovada junto.

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