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O Ibovespa pode chegar aos 155 mil pontos até o final deste ano, de acordo com a nova projeção do Itaú BBA, que se baseia em um ambiente de redução do custo de capital e na perspectiva de início de ciclo de corte de juros no Brasil em 2026.
Segundo o BBA, o avanço recente da bolsa brasileira e a expectativa de afrouxamento monetário nos próximos trimestres favorecem o mercado acionário brasileiro, apesar das incertezas fiscais e do cenário de desaceleração econômica global.
O relatório destaca quatro pontos que justificam a visão mais positiva para a bolsa brasileira:
- Valuation atrativo: o Ibovespa está sendo negociado a 8,3 vezes o lucro esperado e com um prêmio de risco de 5% em relação aos juros reais. Esse prêmio representa a diferença entre o retorno potencial estimado para as ações (o chamado earnings yield) e a taxa de juros real da economia. Na prática, indica o rendimento extra que o investidor recebe, ou exige, para optar pela bolsa em vez de aplicações mais seguras, como títulos públicos. Para o Itaú BBA, esse nível de prêmio já embute um cenário bastante pessimista para a economia brasileira, o que abre espaço para valorização caso parte desses riscos não se concretize.
- Perspectiva de afrouxamento monetário: mesmo projetando que o ciclo de corte da Selic comece apenas no primeiro trimestre de 2026, o banco acredita que os mercados já começam a antecipar esse movimento. Historicamente, esse tipo de expectativa favorece os ativos de risco no Brasil.
- Ambiente macroeconômico global e local: embora haja desafios, o Itaú BBA projeta um cenário de queda gradual dos juros globais, dólar mais fraco e início de ciclo monetário mais suave no Brasil, o que tende a melhorar a atratividade relativa das ações brasileiras.
- Posicionamento técnico e fluxo de recursos: mesmo com dificuldades para a indústria de fundos local e fluxo ainda limitado de investimentos estrangeiros, o banco vê espaço para maior entrada de capital na bolsa, impulsionado pelo cenário macro e pelas oportunidades de valuation.
Mudanças na carteira recomendada refletem esse cenário
Como consequência dessa visão, o Itaú BBA atualizou a carteira de ações recomendadas, priorizando empresas resilientes e setores que se beneficiam do ambiente projetado.
As 10 ações preferidas na nova carteira são:
- Equatorial (EQTL3)
- Sabesp (SBSP3)
- Multiplan (MULT3)
- BTG Pactual (BPAC11)
- Direcional (DIRR3)
- Bradesco (BBDC4)
- Rede D’Or (RDOR3)
- GPS (GGPS3)
- Suzano (SUZB3)
- PRIO (PRIO3)
Esses papéis, segundo a análise, combinam boa qualidade, resiliência e potencial para capturar ganhos em um ambiente de redução do custo de capital e valorização de ativos de risco.
Riscos no radar
Apesar do tom otimista, o BBA destaca fatores que podem limitar o desempenho da bolsa nos próximos meses:
- Deterioração fiscal no Brasil;
- Volatilidade nos preços das commodities em meio à desaceleração global;
Possibilidade de revisões negativas nos lucros das empresas, caso os juros permaneçam elevados por mais tempo ou as commodities recuem além do esperado.
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