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Uma pequena produtora de licores entrou na mira de uma gigante do luxo em Portugal que a acusa de violação de propriedade intelectual.
A marca em questão é a Licores do Vale. Localizada na vila de Monção, ao norte do país, na divisa com a Espanha, a produtora foi citada por ninguém menos que a Louis Vuitton no Tribunal da Propriedade Intelectual português.

De acordo com a ação, a Vuitton contesta o registo da marca local pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Além disso, também menciona “aproveitamento do prestígio da marca de terceiro” pela produtora de licores e a acusa de promover “concorrência desleal”.
Na outra ponta da história está André Ferreira, morador do pequeno povoado de Longos Vales. Técnico de meteorologia, ele também produz licores nos tempos livres, para vender em feiras locais.
Segundo Ferreira, o logotipo teria sido criado com apoio de sua namorada, Tânia Afonso, antes de ser submetido no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, em agosto de 2024. No último mês de janeiro, ele ganha registro na categoria de licores e compotas, biscoitos e bolachas e mel.
Ao Jornal de Notícias de Portugal, Ferreira declarou que “o L é de licores e o V de vale, mas virado ao contrário”. A escolha seria símbolo das montanhas envolventes à freguesia [de Longos Vales] e as folhas representam a natureza.
ADIA, MAS (AINDA) NÃO CAI
Com o recurso judicial, a Louis Vuitton suspende o registo aprovado da Licores do Vale. A ação da marca internacional apontaria para “uma reprodução quase total” do logotipo da gigante por parte da produtora. Isso além de promover produtos nas mesmas categorias dos ofertados pela Vuitton.
“Trata-se de produtos com a mesma natureza, portanto destinados a satisfazer as mesmas necessidades do consumidor”, diz o texto.
Concorrentes, mesmo?
Enquanto o Tribunal da Propriedade Intelectual português não decide sobre o imbróglio da Vuitton com a Licores do Vale, a gigante do luxo segue na expansão de empreendimentos no ramo alimentício.
É o caso, por exemplo, do restaurante inaugurado em outubro do ano passado dentro do Terminal 2 do Aeroporto de Heathrow, em Londres. O Le Café Cyril Lignac abriu como um dos destaques da loja no aeroporto e levou a chancela do chef francês Cyril Lignac.
Por lá, um croissant, por exemplo, sai por 7,5 euros (cerca de R$ 48). Já uma salada Caesar clássica fica por 22 euros (aproximadamente R$ 142).
Em dezembro de 2024 seria a vez de Nova York receber seu próprio Le Café Louis Vuitton. Aberto na loja da East 57th Street, o primeiro café da marca nos Estados Unidos chegou comandado por Christophe Bellanca, do Essential by Christophe, e Mary George, do Daniel, de Daniel Boulud.
Assim como em Heathrow, tudo por ali inclui o tradicional monograma da Louis Vuitton pelo qual André Ferreira foi acionado, em Portugal.
No menu, o ceviche sai a US$ 29 (R$ 165), enquanto um ravioli trufado de queijo com o logo da Vuitton custa US$ 34 (R$ 193). As reservas estão esgotadas para todo o mês de junho.
Presença no Brasil
A abertura de cafés de luxo, é claro, não é movimento exclusivo da Vuitton. Ainda em março deste ano, o pop-up Blue Box Café abriu em frente à loja da Tiffany no shopping Iguatemi, em São Paulo, com preços que chegavam a R$ 500 por pessoa para o chá da tarde completo.
Mais que a aposta no mercado de luxo brasileiro ou internacional, trata-se de uma iniciativa das marcas de oferecer aos clientes e aspirantes algo que vai além do consumo do produto em si.
“Hoje, o cliente busca muito além de produtos exclusivos; ele deseja momentos memoráveis, imersivos e sensoriais”, explicou o especialista de marketing de luxo, Ricardo Piochi, ao Seu Dinheiro. Aqui analisamos o que está por trás da abertura dos cafés das marcas do luxo. Há a exposição calculada, claro, mas também a crise econômica global e a economia de experiência.
Com informações do Jornal de Notícias e do Público.pt.
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