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Às vésperas das assembleias que definirão a fusão entre a BRF (BRFS3) e a Marfrig (MRFG3), um novo obstáculo surge no caminho da união das gigantes do setor alimentício: a Previ, o maior fundo de pensão do Brasil, acionou a Justiça com um pedido para suspender a votação.
De acordo com informações do site da Globo Rural, a Previ entrou com um agravo de instrumento na Justiça, solicitando uma liminar que adiantasse os efeitos do julgamento.
As assembleias gerais extraordinárias (AGEs), que decidirão o futuro das empresas, estão marcadas para a próxima segunda-feira (14). A BRF se reunirá com seus acionistas às 9h, e a Marfrig, às 11h.
Os acionistas também entraram com um pedido de arbitragem para contestar a relação de troca proposta pelas companhias, segundo o site.
Porém, como a assembleia já tem data marcada, a única alternativa foi recorrer à Justiça comum, por meio de uma ação cautelar preparatória para a arbitragem.
No mês passado, a Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) reduziu a participação na BRF de 5,0063% para 4,9333%.
REAÇÃO À PRÉVIA OPERACIONAL
O que dizem os acionistas da BRF
A Previ, junto com Alex Fontana, membro da família fundadora da Sadia e detentor de 0,11% das ações da BRF, questionam a transparência do processo de fusão das gigantes do setor de proteínas.
Ambos afirmam que a BRF não teria cumprido a determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao entregar documentos com dados suprimidos.
Uma das críticas de Fontana foi a relação de troca de ações proposta aos minoritários, que estaria “subavaliando” os papéis BRFS3.
Os acionistas questionam como os comitês independentes chegaram à proposta de trocar 0,85 ação da Marfrig por uma ação da BRF.
“Nenhuma expectativa, premissa, projeção ou estimativa foi apresentada para embasar como (e porque) os membros dos comitês “independentes” teriam considerado como adequado o preço base de cada uma das companhias!”, escreveram, no documento judicial.
Para os acionistas, a relação de troca proposta pela Marfrig é “inexplicável” e favorece os interesses da controladora.
A Previ também afirma que os assessores financeiros da operação teriam estipulado um preço-alvo mais alto para a ação da BRF do que o valor efetivamente proposto na transação.
Os minoritários acusam ainda o comitê independente de não ser imparcial, já que muitos de seus membros teriam vínculos estreitos com o controlador Marcos Molina, o que, na visão dos acionistas, compromete a independência do processo.
Afinal, qual é a proposta da BRF e da Marfrig para os acionistas minoritários?
A proposta que será submetida aos acionistas minoritários na próxima segunda-feira envolve a incorporação das ações da BRF (BRFS3) pela Marfrig.
A relação de troca sugerida é de 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da BRF. Após a fusão, a BRF se tornará uma subsidiária integral da Marfrig.
Se aprovada, a transação resultará no surgimento da MBRF, que já nasceria como uma das maiores empresas de alimentos do mundo, detentora de 38% do volume de vendas de produtos processados e com uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses.
Além disso, como parte do acordo, a BRF distribuirá até R$ 3,52 bilhões em dividendos aos seus acionistas, enquanto a Marfrig pagará até R$ 2,5 bilhões.
A proposta de fusão também oferece aos acionistas dissidentes o direito de retirada, permitindo que aqueles que não concordarem com a incorporação das ações da BRF pela Marfrig solicitem o reembolso de suas ações.
Veja os valores previstos:
- Acionistas da BRF:
- R$ 9,43 por ação, com base no patrimônio líquido; ou
- R$ 19,89 por ação, considerando o valor patrimonial por ação com base no laudo previsto no artigo 264 da Lei das S.A.
- Acionistas da Marfrig:
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