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A PRIO concluiu a aquisição dos 60% restantes do campo de Peregrino e ganhou um fôlego maior que levou os analistas do Santander a ajustar suas projeções para as ações PRIO3.
Em relatório desta sexta-feira (13), o banco indicou um novo preço-alvo de R$ 55 para as ações da PRIO ao final de 2026, substituindo o preço-alvo anterior, de R$ 40, que era válido até o final de 2025.
Apesar do aumento de 37,5% no preço-alvo, o banco manteve sua recomendação “neutra” para as ações da petroleira, citando visibilidade limitada sobre os planos da empresa a curto prazo e uma abordagem mais conservadora na projeção de fluxo de caixa.
Nesta sexta, as ações da PRIO sobem no Ibovespa, em bloco com outras petroleiras. O impulso vem da alta na cotação do petróleo no mercado internacional, que disparou mais de 8% diante do ataque de Israel ao Irã.
O país é um dos sete maiores produtores de petróleo do mundo, de modo que todo tipo de tensão geopolítica na região tem um impacto direto no mercado da commodity.
Por volta das 13h50, as ações PRIO3 subiam 0,53%, negociadas a R$ 43,46.
Aquisição de Peregrino impulsiona preço-alvo
A revisão do preço-alvo pelo Santander reflete principalmente a recente aquisição pela PRIO da participação adicional de 60% no campo de Peregrino, um movimento que os analistas esperam que traga importantes ganhos operacionais para a petroleira como operadora.
Segundo estimativas de Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, a transação está avaliada em aproximadamente US$ 2,2 bilhões, com uma taxa interna de retorno (IRR) de cerca de 25%, considerando o preço do petróleo Brent na faixa dos US$ 70 por barril.
O Santander projeta que a PRIO como operadora conseguirá reduzir o custo operacional (opex) de Peregrino dos atuais US$ 550 milhões anuais para aproximadamente US$ 300 milhões anuais até 2027.
A tese também compreende uma projeção de produção estável de petróleo de aproximadamente 95 milhões de barris de óleo equivalente por dia para 2025 e 2026, com desempenho operacional sólido e campanhas contínuas de perfuração em pelo menos quatro poços por ano.
Desafios operacionais seguram recomendação
Apesar dos aspectos positivos, o Santander ressalta a visibilidade limitada sobre o programa de operações da PRIO para os próximos um a dois anos.
Os analistas destacam que houve um atraso na previsão para o início de extração no campo de Wahoo, que agora é esperada para o segundo trimestre de 2026, ante expectativa anterior para o período de janeiro a março.
Os atrasos se dão por problemas na licença de interligação do Ibama.
Entretanto, o adiamento tem um impacto estimado de cerca de US$ 150 milhões nas estimativas de fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) em 2026.
O Santander pontua que diverge do consenso quanto à abordagem de análise da geração de caixa da PRIO. Enquanto a maioria tende a olhar para o fluxo de caixa recorrente (ex. fusões e aquisições e variação da dívida), que tem sido alto, os analistas do banco preferem adotar uma visão mais geral, que compreende pagamentos de aquisição e rolagens de dívida para 2026 e 2027.
A mudança se traduz em FCFE moderado para 2026 e elevado apenas em 2027.
Vale a pena investir em PRIO?
O Santander manteve a recomendação para as ações da PRIO neutra.
Incertezas no curto prazo sobre o licenciamento do Ibama para Wahoo e uma geração de caixa mais suave no segundo semestre de 2025 e primeiro semestre de 2026 limitam a visão positiva em relação às ações PRIO3.
O relatório destaca que a aquisição da participação adicional em Peregrino e os pagamentos de dívidas resultarão em um consumo significativo de caixa nos próximos trimestres.
O preço-alvo de R$ 55 para 2026, entretanto, equivale a uma potencial valorização de 27,25% nos próximos meses.
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