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Riqueza mundial continua a crescer, mas Brasil ainda lidera ‘pior’ ranking, diz UBS

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A expressão “the rich keep getting richer” (os ricos ficam cada vez mais ricos) faz ainda mais sentido ao analisar a 16ª edição do Global Wealth Report 2025 do banco suíço UBS. Isso porque, mesmo diante de um cenário macroeconômico incerto e de tensões geopolíticas, a riqueza mundial manteve a trajetória de crescimento em 2024. 

Na verdade, a fortuna global tem aumentado em ritmo constante desde os anos 2000, a uma taxa anual de 3,4% — isso considerando em termos reais, ou seja, após o ajuste pela inflação. 

Mas uma mudança importante na balança foi observada pela edição mais recente do relatório: em 2024, foi a América do Norte que mais contribuiu para o enriquecimento global. Em 2023, os responsáveis tinham sido a Europa, o Oriente Médio e a África. 

A contribuição mais significativa vem dos Estados Unidos, que concentra 40% dos milionários em dólar do mundo. 

Já quando o assunto é a América Latina, quem assume o protagonismo é o Brasil, com o maior número de milionários em dólar da região. Por aqui, são 433 mil indivíduos com mais de US$ 1 milhão em ativos investidos. Isso equivale a aproximadamente R$ 6,1 milhões em investimentos, na cotação do fim de 2024 (usada na metodologia). 

Ainda falando de rankings, nosso país divide o primeiro lugar com a Rússia em outra classificação: a de maior desigualdade social, medida pelo índice de Gini. Ambas as nações tiveram pontuação de 0,82 (quanto mais próximo do 1.0, mais desigual é o local). 

Então, apesar da riqueza crescente — evidenciada pela alta de milionários em dólar —, o Brasil permanece com o problema estrutural de concentração extrema de renda

O dinheiro vai circular

O UBS prevê que uma grande transferência de riqueza mundial acontecerá nos próximos 20 a 25 anos. Cerca de US$ 83 milhões circularão em uma dinâmica intra e inter-geracional — ou seja, para cônjuges ou irmãos e também para filhos e netos. 

Essa movimentação deve ocorrer majoritariamente nos Estados Unidos, até porque o país concentra muito do patrimônio mundial. 

Mas é o segundo lugar do ranking que foge do óbvio: o Brasil. A projeção é que US$ 9 trilhões sejam “transferidos” no país, contra US$ 29 trilhões nos EUA. 

Isso é explicado principalmente pelo fato de que o país tem uma grande quantidade de habitantes com mais de 75 anos. A título de comparação: é quase o dobro do que no México. 

O relatório projeta que mais de cinco milhões de pessoas se tornem milionárias em dólar até 2029. Em 2024, 680 mil indivíduos entraram nessa categoria, registrando um crescimento de 1,2% de um ano para o outro. 

Para os próximos cinco anos, a América do Norte e a China devem se consolidar como as grandes responsáveis pelo crescimento da riqueza global. 

Veja os 10 países com maior número de milionários em dólar, segundo o UBS:

  1. Estados Unidos – 23,8 milhões;
  2. China – 6,3 milhões;
  3. França – 2,8 milhões
  4. Japão – 2,7 milhões;
  5. Alemanha – 2,6 milhões;
  6. Reino Unidos – 2,6 milhões;
  7. Canadá – 2,09 milhões;
  8. Austrália – 1,9 milhões;
  9. Itália – 1,3 milhões;
  10. Coréia do Sul – 1,3 milhões.

Essa lista considera os números absolutos. Porém, ao analisar os dados de densidade de milionários per capita, os diminutos e prósperos países Suíça e Luxemburgo ocupam os primeiros lugares do ranking. 

O milionário ignorado?

A pesquisa do UBS também aponta um novo grupo “emergente”: os Everyday Millionaires (ou “milionários de todo dia”, em uma tradução literal), que possuem entre US$ 1 milhão a US$ 5 milhões em investimentos. O número de indivíduos nesse grupo quadruplicou desde 2000. 

“Embora a taxa de crescimento do número de Everyday Millionaires varie de um mercado para o outro, a tendência de crescimento no longo prazo é vista praticamente em todos os lugares do globo”, escrevem os autores do estudo. 

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