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Vinhos para churrasco: 16 rótulos para surpreender além do Malbec e Cabernet Sauvignon

CAPAS LIFESTYLE 80

O brasileiro está descobrindo novas formas de aproveitar o vinho — inclusive à beira da churrasqueira. Tradicionalmente dominado pela cerveja, o churrasco agora acolhe taças tintas, brancas e rosés, em uma tendência que reflete a evolução do hobby, mas também a busca por novas experiências e sabores fora do comum.

“Muita gente ainda acha que churrasco combina só com cerveja. Mas o vinho pode ser um par perfeito da brasa e com muito mais possibilidades”, resume a sommelier da Association de la Sommellerie Internationale Elaine de Oliveira, que explica o segredo: para escolher o rótulo perfeito, basta conhecer um pouco dos cortes, texturas e gorduras da carne. 

Para André Nunes, sommelier da Bodega Trivento, o movimento também acompanha as novidades do mercado. “Vemos cada vez mais marcas oferecendo cortes de maior valor agregado, mas também casas especializadas e restaurantes tomando um espaço antes dominado por churrascarias e rodízios”. 

O churrasco além de Malbec e Cabernet Sauvignon

Quando o assunto é churrasco, a associação com Malbec e Cabernet Sauvignon é quase que imediata. A fama não é à toa: carnes mais gordurosas pedem um vinho mais estruturado e de acidez elevada no paladar. “É por isso que o Malbec faz tanto sucesso nesta ocasião”, explica Nunes. 

Mas não são poucas as castas que abraçam, e muito bem, o momento. Especialistas garantem que o leque de opções é vasto – e delicioso. Uvas como Carménère, Pinot Noir, Petit Verdot e Tannat, por exemplo, apresentam vinhos tão convidativos quanto para acompanhar os mais diversos cortes e carnes. Espumantes e rosés? Também são bem-vindos.

Carménère, Pinot Noir, Petit Verdot e Tannat são opções menos associadas, mas igualmente adequadas para churrascos
Carménère, Pinot Noir, Petit Verdot e Tannat são opções menos associadas, mas igualmente adequadas para churrascos

“O rosé é super versátil e dá para atuar como coringa. Ele pode estar presente desde antes de saírem as carnes, junto das entradas, servido gelado. Faz sucesso sempre”, defende Nunes, que ainda cita o espumante. “Ele tem a acidez e a estrutura para acompanhar até mesmo os cortes tradicionais do churrasco, mas ainda precisa ganhar espaço”.

A seguir, sommeliers sugerem rótulos e harmonizações para surpreender no seu próximo churrasco. 

Vinho e churrasco: as combinações perfeitas para cada tipo de corte

Picanha e Fraldinha: Matetic EQ Syrah

“Carnes como fraldinha e picanha, suculentas e com média gordura, pedem vinhos mais frutados e de corpo médio a encorpado”, diz Fernando Moreira, sommelier da Santo Vino.

Matetic EQ Syrah
Matetic EQ Syrah

“Aqui, taninos são nossos aliados: eles ajudam a equilibrar a gordura da carne e limpam o paladar a cada mordida”, completa Elaine de Oliveira, que recomenda um Syrah chileno para a ocasião. Assim, vale provar o Matetic EQ Syrah, produzido pela vinícola Viña Matetic, da região de Valparaíso. Preço: a partir de R$ 331,49.

Costela Bovina: Herdade do Esporão Reserva Tinto & Garzón Reserva Tannat

Com sua gordura e cozimento prolongado, a costela pede um vinho de grande estrutura e taninos presentes. “Um português do Alentejo cheio de personalidade, com notas de especiarias e toques defumados, ou um Tannat uruguaio com alguns anos de garrafa, por exemplo, são ótimos companheiros”, indica Oliveira.

Herdade do Esporão Reserva Tinto & Garzón Reserva Tannat
Herdade do Esporão Reserva Tinto & Garzón Reserva Tannat

Boas opções são o Herdade do Esporão Reserva Tinto, um blend português de uvas tintas, conhecido por sua estrutura elegante, complexidade aromática e final persistente; e o Garzón Reserva Tannat, um dos mais famosos rótulos assinados pela vinícola uruguaia Garzón. Preços: Herdade do Esporão Reserva Tinto, a partir de R$ 184,22; e Garzón Reserva Tannat, a partir de R$ 119,49.

Bife de Chorizo e Ancho: Guaspari Vista da Serra Syrah

“Para cortes nobres e altos como o bife de chorizo ou o ancho, a carne exige vinhos com força e estrutura, mas também com certa complexidade”, diz Moreira. Aqui, boa pedida é o Guaspari Vista da Serra Syrah, vinho brasileiro produzido no município paulista de Espírito Santo do Pinhal. Preço: a partir de R$ R$ 254,60.

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Cordeiro: Noventa y Cuatro Histórico Gran Reserva Carménère

A carne de cordeiro, com sabor marcante e textura mais macia, vai bem com vinhos de perfil herbáceo, que acompanhem a intensidade do prato. Moreira indica o Noventa y Cuatro Histórico Gran Reserva Carménère: “Com notas de pimenta-preta, ervas secas e frutas escuras maduras, este Carménère chileno entrega corpo e elegância, realçando o sabor do cordeiro grelhado sem se sobrepor a ele”. Preço: a partir de R$ 235,00.

Noventa y Cuatro Histórico Gran Reserva Carménère
Noventa y Cuatro Histórico Gran Reserva Carménère

Maminha: Luigi Bosca De Sangre Pinot Noir & Pesquera Crianza

Carnes com menos gordura podem ser ofuscadas por um vinho muito potente. O segredo, portanto, é o equilíbrio. Por ser uma carne mais delicada e macia, Elaine sugere “tintos mais leves, com taninos suaves e boa acidez, como um Pinot Noir da América do Sul mais estruturado ou um Tempranillo espanhol sem muita madeira”.

Luigi Bosca De Sangre Pinot Noir & Pesquera Crianza
Luigi Bosca De Sangre Pinot Noir & Pesquera Crianza

Aqui, as sugestões são o Luigi Bosca De Sangre Pinot Noir, um Pinot Noir fresco e elegante do terroir de La Consulta, em Mendonza; e o Pesquera Crianza, um Tempranillo potente da vinícola espanhola Ribera del Duero. Preços: Luigi Bosca De Sangre Pinot Noir, a partir de R$ 96,99; e Pesquera Crianza, a partir de R$ 479,91.

Wagyu: Barolo Coppo

Considerada a carne mais cara do mundo, os cortes de Wagyu são reconhecidos por refletir, no sabor, a criação de animais com boa alimentação, hidratação e sem estresse. E para acompanhar a sutileza destes sabores no paladar, portanto, a pedida são vinhos igualmente complexos.

Barolo Coppo
Barolo Coppo

“O Wagyu, com toda a sua maciez e sabor rico, fica perfeito com um Barolo Coppo, que tem aquela acidez e taninos que equilibram a suculência da carne”, conta Lucas Rabelo, sommelier do Corrientes 348. “Isso além dos aromas complexos, por exemplo, que fazem dessa harmonização uma experiência incrível.” Preço: a partir de R$ 814,84, na safra 2020.

Frango: Concha y Toro Amelia Chardonnay & Longaví Glup Naranjo

No churrasco, o frango pede um vinho branco encorpado como um Chardonnay com madeira, que acompanha a carne e ainda traz frescor. “Mas se a ideia for surpreender, um vinho laranja entra muito bem: ele tem estrutura, taninos leves e uma pegada aromática que combina lindamente com o defumado do frango”, aposta Elaine.

Concha y Toro Amelia Chardonnay & Longaví Glup Naranjo
Concha y Toro Amelia Chardonnay & Longaví Glup Naranjo

Boa pedida é o Concha y Toro Amelia Chardonnay, um Chardonnay chileno complexo e com madeira perfeitamente integrada; mas também o Longaví Glup Naranjo, um Moscatel complexo, mineral e persistente. Preços: Concha y Toro Amelia Chardonnay, a partir de R$ 308,37; e Longaví Glup Naranjo, a partir de R$ 109,20.

Linguiça e Copa Lombo: El Numerado Edición Limitada Cabernet Franc & Trivento Rosé Malbec

“Carnes suínas como linguiça ou copa lombo, mais temperadas e untuosas, combinam bem com vinhos de taninos mais suaves e perfil aromático mais fresco”, pontua Fernando Moreira. Por isso, ele indica o El Numerado Edición Limitada Cabernet Franc. “Quanto às linguiças, podemos sugerir um rosé seco e com boa acidez”, diz André Nunes, indicando o Trivento Rosé MalbecPreços: El Numerado Edición Limitada Cabernet Franc, a partir de R$ 228,00;  e Trivento Rosé Malbec, a partir de R$ 38,65.

Costelinha de Porco com Barbecue: Jadot Bourgogne Pinot Noir

“Quando entra a costelinha de porco, especialmente com molho barbecue ou aquele toque caramelizado, um Pinot Noir europeu faz bonito, leve e com acidez pronunciada. A fruta e a leveza do vinho equilibram o adocicado da carne e fazem um casamento delicado, sem apagar o sabor da brasa”, sugere Elaine. 

Jadot Bourgogne Pinot Noir
Jadot Bourgogne Pinot Noir

Para surpreender, opte pelo Louis Jadot Bourgogne Pinot Noir, por exemplo, um Pinot Noir clássico da região de Borgonha, com notas de framboesa e cereja ácida. Preço: a partir de R$ 269,90.

Coraçãozinho: Michele Chiarlo Le Orme Barbera d’Asti Superiore & Louis Jadot Beaujolais-Villages

Com seu sabor marcante, textura firme e um leve amargor no final, o coraçãozinho pede tintos mais leves e vibrantes. “Servidos um pouco mais frescos, eles trazem acidez e fruta que dão conta desse sabor intenso, sem brigar com ele”, diz Elaine, indicando, portanto, um Barbera italiano ou um Gamay francês.

Michele Chiarlo Le Orme Barbera d_Asti Superiore & Louis Jadot Beaujolais-Villages
Michele Chiarlo Le Orme Barbera d_Asti Superiore & Louis Jadot Beaujolais-Villages

Boas escolhas são o Michele Chiarlo Le Orme Barbera d’Asti Superiore, um Barbera frutado, com a acidez clássica e muito versátil; e o Louis Jadot Beaujolais-Villages, um Gamay frutado, com toque floral e frescor. Preços: Michele Chiarlo Le Orme Barbera d’Asti Superiore, a partir de R$ 249,90; e Louis Jadot Beaujolais-Villages, a partir de R$ 189,90.

Vegetais e Queijo Coalho: Alma Minha Tinto

Quando há uma variedade de acompanhamentos, como legumes na brasa ou queijo coalho, é ideal um vinho flexível e gastronômico, capaz de se adaptar a diferentes sabores. Assim, a escolha ideal de Moreira é o Alma Minha Tinto: “Um blend de uvas típicas portuguesas, com corpo médio, taninos macios e boa acidez. Versátil e fácil de beber, ele acompanha bem os legumes grelhados, proporcionando equilíbrio e frescor”. Preço: a partir de R$ 189,00.

Alma Minha Tinto
Alma Minha Tinto

Preços consultados em 26 de junho de 2025.

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