Após reação negativa do mercado, o governo resolveu recuar de parte das medidas de aumento do Imposto sobre Transmissões Financeiras (IOF) anunciadas no fim da tarde da última quinta-feira (22). O anúncio foi feito por volta das 23h30 pela conta no X (ex-Twitter) do Ministério da Fazenda.
A pasta voltou atrás na introdução da cobrança de IOF sobre remessas ao exterior para investimentos em fundos lá fora e no aumento da alíquota sobre remessas ao exterior por parte de pessoas físicas com o objetivo de investimento.
No primeiro caso, as remessas para investir em fundos eram isentas de IOF, mas passavam a ser tributadas em 3,50% após a publicação do decreto do governo federal. Agora, voltarão a ser isentas.
Esta medida impactaria não só pessoas físicas, mas principalmente fundos de investimento que têm parte ou a totalidade da sua carteira investida em fundos estrangeiros, como os multimercados.
Já no segundo caso, a alíquota para as pessoas físicas investirem no exterior era de 1,10%, mas também passava a 3,50% com a publicação do decreto. Agora, retorna a 1,10%.

Todas as demais operações de câmbio contempladas pelo decreto, porém, permanecem tributadas em 3,50%, como a compra de moeda estrangeira em espécie, as compras em cartão de crédito internacional e cartões pré-pagos, remessas para contas no exterior e empréstimos externos de curto prazo.
Apesar do recuo do governo, todas as medidas de aumento do IOF para uma série de transações financeiras caíram mal sobre o mercado, o que levou o Ibovespa ontem a fechar em queda, e o dólar e os juros futuros a subirem.
No after hours de Nova York, o fundo que replica o desempenho de um índice de ações brasileiras chegou a cair mais de 4%. Também fora do pregão regular, o dólar futuro para junho subiu quase 2%.
A alta do IOF atingiu também o crédito para empresas (inclusive MEI) e os seguros, incluindo planos de previdência do tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Veja todas as medidas anunciadas pelo governo ontem aqui.
A expectativa de empresários e agentes de mercado é de que o encarecimento do crédito para empresas pressione a inflação e restrinja o acesso das pessoas jurídicas a financiamentos, prejudicando também a atividade econômica.
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